sábado, 23 de outubro de 2010

DIALÉTICA TRANSCENDENTAL DE KANT - VI

Se para Kant só há o objeto a ser conhecido nas possibilidades do sujeito e só há sujeito cognoscente representando fenômenos de objetos conhecidos, como fica o conhecimento da alma, do universo e de Deus,na visão Kantiana?
De antemão vemos uma impossibilidade de conhecê-los, pois pelo estudo da estética e da analítica transcendental, só podemos conceber objetos perantes a sujeitos cognoscentes, mesmo assim percebendo-os como fenêmenos e não como são em si mesmos.
Para Kant o conhecimento se dá diante de dois grupos: um grupo formal composto de espaço, tempo e categorias ante os elementos materiais ou de conteúdo, que é o grupo da percepção possivel ou da objetividade sujeitado ao espaço, tempo e categorias.
A metafísica pretende dar um salto sobre esta única forma de conhecimento, acima do espaço, do tempo e das categorias, apreendendo materiais em si mesmos, portanto onde está seu pecado mortal, sua falha? Por onde se iludiu a chegar em coisas em si mesmas, através da razão?
De imediato sabemos que não tem condição de irmos além da percepção sensivel para chegarmos a esta idéia. A alma, o universo e Deus ficam além da percepção sensivel dos moldes do espaço, tempo e categorias. Podemos perceber uma vivência, outra vivência, vivências passadas. Podemos perceber uma mesa, árvores, carros, planetas. Mas como vamos perceber a alma em si, o universo em si e ainda um Deus?
A razão tem poder de síntese sim, de julgamentos, de unificar relações entre objetos. A metafísica está dentro do campo onde a razão infinitamente sintetizando, na totalidade do univel, sendo estas sínteses totais o objeto da metafísica. Todas as modificações que vivemos nos leva a uma síntese suprema de alma. De todas as contraposições do eu pensante relacionado aos fenômenos representados, sintetisa-se a noção de universo. Deus passa a ser a síntese unficadora de tudo isto, da alma e do universo, condição metafísica da razão. A estas unidades supremas de alma, universo e deus, Kant chamou de idéias, sendo uma possibilidade metafísica da razão.
Portanto a razão não age adoidamente, ela dá uma salto acima da tendência infinita das relações de causa/efeito e outras relações provocadas pelas cognoscibilidade e salta sobre a tendência desta série infinita e chega a um ponto de unficidade suprema à idéia de alma, universo e deus. Mas continuaremos este papo um pouco mais em outros capítulos.

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