sábado, 23 de outubro de 2010

RAZÃO PRÁTICA OU CONSCIÊNCIA MORAL (nous practikós) DE KANT. kant VIII

Se Kant vê a metafísica impossivel como conhecimento científico, teorético, especulativo, não quer dizer que não haja outra via para chegar a estes conhecimentos metafísicos. Se estes caminhos não seriam os do conhecimento teorético-científico, quais seriam então? Se nós pensarmos que o imenso campo de atividades humanas não é apenas o campo do conhecimento, já daremos abertura para isto. Nós estudamos, corremos, brincamos, construimos, instituimos sistemas políticos, religiosos, etc. somos múltiplos em nossas ações. Nós temos uma consciência moral que tem alicerces tão fortes como os do conhecimento. Temos juizos morais tão válidos como os juizos lógicos do conhecimento. Para Kant nós temos a razão prática que é a consciência moral uma forma de se chegar ao conhecimento da metafísica, com a razão aplicada à ação, à prática, à moral. Assim temos os qualificativos morais: bom, mau, moral, imoral, meritório, pecaminoso, etc. Estes qualificativos que aplicamos às coisas não são inerentes em si das coisas. As coisas não são boas nem más. Só o homem pode ser bom ou mau, então estes qualificativos vem do homem mesmo e são formas através das quais analisa as coisas, são estruturas internas humanas. A vontade humana é quem faz a distinção do que é bom ou mau. Continuaremos em próximos artigos.

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