Neste final de ano, prometo não prometer nada.
Não tenho nenhuma intenção idiota de emagrecer, pois não serei um dançarino da chuva, daqueles que bailam se desviando dos pingos que surradamente lhe caem sobre a cabeça, sem dó nem piedade.
Não pretendo pedir desculpas a torto e a direito, ao ponto de sair por aí cambaleando de tanto tomar cacetadas pelos ombros e ainda ter a docilidade infantil, ingênua e piegas, quiçá religosa, de desculpar-se.... por sinal não inventei o mata borrão das culpas. Nada de ser imbecil. De sofrer pela acusação da qual estou mergulhado na banheira da inocência. Isto só faz realimentar a lareira dos sádicos e como num jogo de dominó expandir a dor a outrem.
Também não tenho nenhuma vontade de distribuir milhares de perdões e pedidos implorados de perdão. Não nasci deus, porque não me deram nenhuma escolha graças a Deus.
Por favor não me mandem estas banalidades escritas em letras de purpurina de que tudo vai ser diferente. Aprendam que a diferença está debaixo de nossos narizes. Peço que não me analisem como masoquista. Pelo contrário, a verdadeira alegria de viver está neste momento único da existência, que é esta presença permanente diante de si, de todos e de tudo.
Não tenho a mínima intenção de ser mais pontual do que sou. Não quero ir além da precisão do quartzo e nem da cordial pontualidade inglesa. Nem da memória do silício, que revolucionou o mundo sendo apenas um mineral. Não quero copiar ninguém. Não sou simulacro de outrem. Não nasci para riscar na areia a sombra que não me pertence.
Não serei mais sábio. Pelo contrário, esvaziarei ao máximo que puder. Quem sabe quanto menos souber, mais perto estará da simplicidade. Também não prometo ser mais simples do que sou. Isto é cafonice, para não dizer idiotice ou pieguice no seu mais real sentido.
Não faço nenhuma promessa para o próximo ano que será daqui a pouco e que não é tão próximo assim, porque nada é estático no tempo e nenhuma coisa está lá na frente à nossa espera; quando o que temos realmente é este instante que acaba de escapar pela fresta do tempo.
Não engolirei sapos. Não sou cobra. Nem acredito na esperteza delas. Guardo comigo apenas a figura mítica, o recado de seu trajeto kundalínico e que o resto vá plantar batatas, se quiser.
Não virei com este discurso idiota de um mundo melhor. "Eu desejo um mundo melhor para todos vocês!" Ah! Meu Deus, me afaste desta maneirice de final de ano. Faça-me que seja simplesmente como sou, assim mesmo. Deste jeito está bom demais. Não nasci para touradas um ano e acender as luzes de um clausuro instantâneo numa virada de trinta e um para primeiro, como um santo louco nascido à revelia.
Caso participe de algum jantar que eu não faça dele uma festa de gala. Não, de forma nenhuma. Não poderei me perder na correnteza dos que se subjugam aos ditames midiáticos. Não deixarei de contemplar cada gole de água bebido em copos simples no dia a dia. Não perderei a magnificiência dos grãos cotidianos dando-me neurônimos, sangue, músculos, pensamentos pela leveza de cada pão nosso diário.
Prometo não ter alegria ao extremo. Melhor andar o caminho às vessas do que percorrê-lo como um almofadinha. Darei os mesmos sorrisos pelo meio do caminho, de onde posso avaliar as suas margens.
Nem inclusive irei admirar os festivais de fogos com dinheiro gasto que daria para abastecer mil creches em um ano. Não entrarei nesta jogada. Continuarei pela contemplação permanente de tudo que há em meu redor, do milagre infinito da existência.
Deixem que me chamem de louco, imbecil, visionário, desde que eu continue a amar tudo que é belo na natureza.
Para que prometer tantas coisas inúteis, sendo que há tantas outras úteis e maravilhosas para serem feitas simplesmente por fazer! Continuarei a correr atrás das borboletas, mesmo depois de uma certa idade.
Não posso desviar do meu caminho e ficar nesta imbecilidade de todos. Posso correr o risco de não olhar mais para aquela estrela vespertina e piscar os olhos para ela, numa atitude de Carlitos.
Por isto não prometo nada a ninguém. Não cairei de forma alguma neste redemoinho popular de babaquices e trocas de figurinhas. Continuarei a admirar o horizonte ao entardecer. Ficarei na minha. Não farei acenos nem jogarei beijinhos doces para ninguém. Não sou como aquelas pessoas que ficam jogando beijos para as criancinhas nos braços de suas mamães, como num exercício involuntário de desfiar-se da vida ou desfazer-se da realidade, tentando insensatamente estender uma ponte ao que é mais novo.
Todos os seres humanos são lindos e maravilhosos desde as crianças até aos mais avançados em anos. Por que me arriscar a perder a grandeza deste exato momento e vender uma ilusão de que daqui a pouco será muito mais maravilhoso?
Se prometer muito não andarei mais de sandálias de dedos com a camisa solta sobre a calça, sentindo a leveza do vento tocar em minha face. Não prometo nada a ninguém neste final de ano. Não vou entrar nesta onda. Alguém dirá com certeza: "mas isto já é prometer!" O que me importa esta crítica cega dita de baixo para cima de um ser humano que vive de ponta cabeça! Agora mesmo escutei o chiar noturno de uma coruja.
Um herói da resistência brasileira, poeta, escritor, amante da música e da arte. Um homem em busca da harmonia e da paz. Um ser humano muito simples, que valoriza o significado profundo da vida. Para mim, a humanidade ganha sentido na fraternidade. O amor é a própria divindade.
sábado, 31 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
ABRAÃO, NOSSO PAI E COMO SUPERAR A ANGÚSTIA EXISTENCIAL
Quando eu estava com aproximadamente dezesseis anos, minha avó me deu uma grande lição. Naquele momento ela passava para mim a sua herança. Ela me disse sobre uma ensinança divina aprendida com meu bisavô. Estava escrito num livro escondido a sete voltas numa toalha dentro de um baú. Revelou-me sermos filhos de Abraão. Portanto, tínhamos uma grande herança, até a nossa última geração. Ensinou-me a agir diante de um grande problema vivencial para ser solucionado. Aconselhou-me a recorrer aos grandes personagens das escrituras sagradas. Neles encontraria exemplo e amparo para as minhas angústias pessoais.
Ontem recebi uma mensagem interessantíssima. Ele se refere ao nosso Pai Abraão e Sara. Como Sara era estéril e Abraão queria um filho, com certeza isto tornou um problema existencial para o nosso querido Pai. Sendo ele monoteísta e um devoto ardente do Eterno, consultou-O, tendo a seguinte resposta: "Olha para os céus e conta as estrelas, se podes contá-las. Assim será tua semente. E acreditou Abraão no Eterno, e isto foi considerado como mérito." Gênesis 15:5
Portanto meus leitores, em resumo, o segredo está em olhar por cima das estrelas. Olhem por cima das estrelas em quaisquer situações de suas existências. Verão como a amplidão de suas percepções deixará em migalhas as situações mais difíceis dos seus desertos. Nós estamos mergulhados no mundo, na multiplicidade de pessoas e de problemas, mas ao olharmos por sobre as estrelas, veremos a falta de sentido em se deixar levar pelas mesquinhezas desta vida. Elas não merecem a nossa mínima atenção. Quem tem fé no Eterno, mesmo diante de um monte de problemas, ele diz: Monte sai deste lugar. Retira-te de dentro de mim! E a luz da Torá brilhará como um sol precioso dentro da pureza de sua alma.
Ontem recebi uma mensagem interessantíssima. Ele se refere ao nosso Pai Abraão e Sara. Como Sara era estéril e Abraão queria um filho, com certeza isto tornou um problema existencial para o nosso querido Pai. Sendo ele monoteísta e um devoto ardente do Eterno, consultou-O, tendo a seguinte resposta: "Olha para os céus e conta as estrelas, se podes contá-las. Assim será tua semente. E acreditou Abraão no Eterno, e isto foi considerado como mérito." Gênesis 15:5
Portanto meus leitores, em resumo, o segredo está em olhar por cima das estrelas. Olhem por cima das estrelas em quaisquer situações de suas existências. Verão como a amplidão de suas percepções deixará em migalhas as situações mais difíceis dos seus desertos. Nós estamos mergulhados no mundo, na multiplicidade de pessoas e de problemas, mas ao olharmos por sobre as estrelas, veremos a falta de sentido em se deixar levar pelas mesquinhezas desta vida. Elas não merecem a nossa mínima atenção. Quem tem fé no Eterno, mesmo diante de um monte de problemas, ele diz: Monte sai deste lugar. Retira-te de dentro de mim! E a luz da Torá brilhará como um sol precioso dentro da pureza de sua alma.
domingo, 2 de outubro de 2011
ARTE: PODER ESPIRITURAL!
Uma cabeça
sem arte
é uma cidade
vazia.
Dela só resta
a parte
do faroeste,
da fresta do
velho oeste,
se abrindo
na ventania.
O que escapa
da arte é o
mistério.
O mundo escondido
por trás da
máscara da
matéria.
O universo que
ressurge,
no tocar da
tecla ou da corda.
O que transparece
no correr do pincel.
Uma nota vibrando
sobre o silêncio
profundo.
Um pássaro voando
do outro lado
do mundo,
num voo além
do céu.
Quem trabalha
a arte é como
o cocheiro que
conduz a carruagem
por detrás da bruma,
que vela as
aparências sensíveis
da paisagem.
É como quem
navega pelos subterfúgios
das ondas.
É como quem se entrega
pelos corredores
subliminares
da mensagem.
Não daquela
que subjuga o homem
ou o condena
pela interface da miragem.
Mas por aquela
subjetiva,
que conhece os dados
estruturais da
organização do
universo e
dos seus sistemas
matemáticos e
gramaticais da
sua mais profunda
linguagem.
sem arte
é uma cidade
vazia.
Dela só resta
a parte
do faroeste,
da fresta do
velho oeste,
se abrindo
na ventania.
O que escapa
da arte é o
mistério.
O mundo escondido
por trás da
máscara da
matéria.
O universo que
ressurge,
no tocar da
tecla ou da corda.
O que transparece
no correr do pincel.
Uma nota vibrando
sobre o silêncio
profundo.
Um pássaro voando
do outro lado
do mundo,
num voo além
do céu.
Quem trabalha
a arte é como
o cocheiro que
conduz a carruagem
por detrás da bruma,
que vela as
aparências sensíveis
da paisagem.
É como quem
navega pelos subterfúgios
das ondas.
É como quem se entrega
pelos corredores
subliminares
da mensagem.
Não daquela
que subjuga o homem
ou o condena
pela interface da miragem.
Mas por aquela
subjetiva,
que conhece os dados
estruturais da
organização do
universo e
dos seus sistemas
matemáticos e
gramaticais da
sua mais profunda
linguagem.
sábado, 1 de outubro de 2011
IMORTALIDADE
Um dia Adameve El Salem subiu uma montanha para meditar. Começou a perguntar: "Quem sou eu?"
Seria eu aquela pessoa que gosta de doce de mamão, com uns cravinhos por cima? Mas esse era o doce que mamãe dizia que era bom!
Se mamãe dissesse que bom era doce de marmelo, com certeza eu gostaria de doce de marmelo!
O tipo de mulher que me chama a atenção? Quando eu era pequenino, meu pai me falava "você vai se casar com uma..." E se meu pai tivesse me falado que fosse um outro tipo de mulher, não seria este o tipo que me chamaria a atenção?`
Por que gosto de poesia? Filosofia? Música cigana?"
Assim ele foi garimpando, garimpando seu interior. Percebeu que era fruto de uma aldeia materna, de uma cultura, etc. Compreendeu que todos os seus pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, escolhas eram derivados de sua cultura em geral, do meio em que viveu e do impacto com todas as ideias do mundo.
Mas quem era ele? Ele, puramente ele?
Nos vãos de cada pensamento, sentimento, emoção, desejo, escolha, etc. encontrou um ser permanente, puro como o diamante. Um ser contínuo. Um quantum de energia sem mistura alguma. Sem nenhum contato.
Chegou a conclusão de que ele era eterno. Ele era filho do reflexo do UNO, do ETERNO, Daquele que não tem nome, de RASHEM. Do alto daquela montanha ele rendeu glória a ADONAI ELOHÊNU!
Seria eu aquela pessoa que gosta de doce de mamão, com uns cravinhos por cima? Mas esse era o doce que mamãe dizia que era bom!
Se mamãe dissesse que bom era doce de marmelo, com certeza eu gostaria de doce de marmelo!
O tipo de mulher que me chama a atenção? Quando eu era pequenino, meu pai me falava "você vai se casar com uma..." E se meu pai tivesse me falado que fosse um outro tipo de mulher, não seria este o tipo que me chamaria a atenção?`
Por que gosto de poesia? Filosofia? Música cigana?"
Assim ele foi garimpando, garimpando seu interior. Percebeu que era fruto de uma aldeia materna, de uma cultura, etc. Compreendeu que todos os seus pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, escolhas eram derivados de sua cultura em geral, do meio em que viveu e do impacto com todas as ideias do mundo.
Mas quem era ele? Ele, puramente ele?
Nos vãos de cada pensamento, sentimento, emoção, desejo, escolha, etc. encontrou um ser permanente, puro como o diamante. Um ser contínuo. Um quantum de energia sem mistura alguma. Sem nenhum contato.
Chegou a conclusão de que ele era eterno. Ele era filho do reflexo do UNO, do ETERNO, Daquele que não tem nome, de RASHEM. Do alto daquela montanha ele rendeu glória a ADONAI ELOHÊNU!
sábado, 3 de setembro de 2011
FANTÁSTICO!
Adameve El Salem encontrando-se numa primavera com o sábio Ammar Al Ammar, num bate papo, enquanto tomavam um cafezinho, perguntou-lhe: "Onde está o fantástico?"
Al Ammar, com sua voz mansa e tranquila respondeu-lhe: "Aqui! Agora! Neste momento permanente! Dizem as tradições, que três sujeitos sairam de Atenas e foram até Éfeso para conhecer Heráclito, o grande filósofo. Levaram meses, naqueles tempos.
Heráclito recebeu os três andarilhos, levou-os para a cozinha de sua casa. Preparou-lhes uma refeição e um bom vinho e convidou-os para sentar-se diante da lareira. Assim permaneceu quieto, enquanto os três se alimentavam. Continuou em silêncio.
Os três disseram-lhe que vieram de tão longe para conhecer o fantástico. Saber do que há mais fenomênico pela sabedoria de Heráclito. Este retrucou-lhe: O fantástico está aqui diante de nós, diante da lareira!
Pois bem, tudo é maravilhoso. Tudo é belo. É inusitada cada rua. Uma diferente da outra. Cada árvore, cada galho desta árvore e cada folha. Tudo é diferente um do outro. A mesma rua vista da mesma janela é outra rua, quando seus olhos distinguem que a cada momento há uma transformação no mundo. Nem a janela será a mesma!
Nós são somos os mesmos a cada minuto que passa. Vamos renovando. Micromilímetros e milionésimas partezinhas vão se transformando dentro de nós a cada segundo. Somos sempre diferentes.
O fantástico está aqui. Neste agora. Entre nós e diante do universo!"
domingo, 28 de agosto de 2011
O CAMINHO DO BOM SENSO
Muitas vezes cometemos sérios erros, porque não sabemos parar. O que significa refletir? Não seria o mesmo que analisar-se? Voltar seu pensamento sobre si e esmiuçá-lo, para evitar erros repetidos? Pois bem, a reflexão é a arte de pensar o que pensa o pensamento. Se é uma capacidade filosófica, não significa que seja apenas para pessoas especiais, filósofos ou iniciados.
O Eterno dá possibilidade para que todo ser humano pratique a reflexão.
Mas não é fácil, não é? Quantas vezes erramos e muitas vezes repetimos nossos erros.
Uma maneira muito simples, é parar. Parar, contar até sete e pensar, antes de decidir, de abrir a boca para responder algo. Este seria o verdadeiro sentido de premeditar. Esta palavra, como muitas outras, se desgastaram e perderam o brilho do seu verdadeiro valor.
Premeditar, seria meditar antes de tomar decisões que poderiam alcançar rumos descontrolados em nossa existência.
Repito: é muito simples. Diante de qualquer situação confusa, inspire profundamente, por exemplo contando até sete; retenha a respiração contando até três e expire lentamente contando até sete. Bom seria que fosse uma respiração diafragmática, o que se aprende com qualquer professor de yoga.
Faça isto sete vezes e depois verá que com certeza terá uma resposta mais sábia para uma decisão conflitante.
Outro exercício também muito interessante para ser realizado à noite, antes de dormirmos: fazermos uma relembrança de todo o nosso dia, desde a hora que levantamos até a hora em que nos deitamos. Um resumo rápido. Deter-se nos pontos mais importantes e trabalhá-los meditando sobre eles.
sábado, 13 de agosto de 2011
RETRATO
Do meu livro "Retalhos de poesias"
Quem viu aquele
retrato?
Aquele sobre a
mesa do centro?
Alguém viu?
Não? Não viu
ninguém?
Cada pessoa fotograda.
Cada uma sorrindo.
Cada qual mais
encostada.
Umas por fora,
outras por dentro.
A família se reunindo.
Naquele retrato o
que mais importava?
Aqueles rostos
sorridentes?
A camisa bem passadinha
ou a saia plissadinha?
Somente as cinzas.
As cinzas semelhantes
aos cabelos grisalhos.
As cinzas que não
são terra nem realidade.
O que importava naquele
retrato,
estava na sua alteridade.
Moldura feita de cinzas.
Último pedido do
velho ao lado.
Quem viu aquele
retrato?
Aquele sobre a
mesa do centro?
Alguém viu?
Não? Não viu
ninguém?
Cada pessoa fotograda.
Cada uma sorrindo.
Cada qual mais
encostada.
Umas por fora,
outras por dentro.
A família se reunindo.
Naquele retrato o
que mais importava?
Aqueles rostos
sorridentes?
A camisa bem passadinha
ou a saia plissadinha?
Somente as cinzas.
As cinzas semelhantes
aos cabelos grisalhos.
As cinzas que não
são terra nem realidade.
O que importava naquele
retrato,
estava na sua alteridade.
Moldura feita de cinzas.
Último pedido do
velho ao lado.
sábado, 23 de julho de 2011
NINFA RESSURGE NA AVENIDA
NINFA RESSURGE NA AVENIDA
José Luiz Teixeira do Amaral
Ela sai com os cabelos soltos ao vento,
como os cachos das espigas de milho
balançam suas toucas reluzentes ao
frescor da brisa que se acordou mais cedo,
e destrançada e leve, desliza suave
como os lábios dos amantes se entrecruzam
nos átrios mais abundantes dos mistérios
e dos desejos que florescem à superfície
da pele, assim como as ramas se reorganizam
na textura das pedras e alcançam acima de
suas profundidades as alturas preponderantes;
ela que leva em sua simplicidade o perfume
do paraiso celeste, pois busca no mais
profundo da natureza a verdade de sua veste,
ela que chega junto com a luz solar e presenteia
os que passam com seu sorriso de pluma e sua
elegância de ninfa, num andar que desliza
sob a prancha da avenida e afaga seu movimento
inquieto com seu sabor de fada e se de qualquer
maneira vestida, ela é bela e toda a maravilha
do mundo está nela contida como conchas de estrelas.
Ela é assim mesmo tão linda, porque é singela;
um só homem basta para ver tanta beleza, desde
que este homem seja poeta ou tenha os olhos no
percalço dos caminhos floridos dos bosques sem
que lhe imponha a vontade, sem que lhe domine o desejo,
basta que a noite lhe abra uma cortina de surpresas
ou quem sabe a madrugada lhe levite sobre a bruma
e o eleve acima de seus momentos mais inusitados,
pois ela sai assim com os cabelos soltos
e ninguém tem o direito de fechar as portas do
sentimento e nem colocar pedágios nas vias da intuição
do cantador presente, do inspirado bardo que capta
as fagulhas que sobressaem dos relampejos mais importantes,
que se descortinam naqueles instantes onde nem mesmo
os que vivem sonambolizados entre o aparente e o que
gira todos os movimentos mais silenciosos do universo.
É assim mesmo que ela sai, ela não penteia seus cabelos
e no entanto ela é mais bela que todo o bailar dos tangos
e vai além das palavras mais sublimes que emolduram os versos,
assim dirão os que são sensiveis, que em certa rua, em
certo dia, passou certo alguém que brilhou por fora
os muros, iluminou as árvores sem primavera, trouxe os
frutos fora do outono, encantou a todos que boquiabertos
passaram o resto do dia a sorrir, amar e a perdoar todos
os males que outros os fizeram, porque ela caminhou assim desfeita,
e ela se foi assim perfeita, assim tão linda, assim tão bela,
ela se foi, porque assim tudo se vai, tudo se esvai, tudo se
escorrega entre os dedos das mãos, como se despojam os carinhos,
como se diluem os momentos que se sucedem aos momentos que se
sucedem aos momentos, e assim despenteada ela reconfigurou com
arte o que estava fora do lugar, o que necessitava ressurgir,
e provou com sua candura que os girassóis nascem por toda a parte.
José Luiz Teixeira do Amaral
Ela sai com os cabelos soltos ao vento,
como os cachos das espigas de milho
balançam suas toucas reluzentes ao
frescor da brisa que se acordou mais cedo,
e destrançada e leve, desliza suave
como os lábios dos amantes se entrecruzam
nos átrios mais abundantes dos mistérios
e dos desejos que florescem à superfície
da pele, assim como as ramas se reorganizam
na textura das pedras e alcançam acima de
suas profundidades as alturas preponderantes;
ela que leva em sua simplicidade o perfume
do paraiso celeste, pois busca no mais
profundo da natureza a verdade de sua veste,
ela que chega junto com a luz solar e presenteia
os que passam com seu sorriso de pluma e sua
elegância de ninfa, num andar que desliza
sob a prancha da avenida e afaga seu movimento
inquieto com seu sabor de fada e se de qualquer
maneira vestida, ela é bela e toda a maravilha
do mundo está nela contida como conchas de estrelas.
Ela é assim mesmo tão linda, porque é singela;
um só homem basta para ver tanta beleza, desde
que este homem seja poeta ou tenha os olhos no
percalço dos caminhos floridos dos bosques sem
que lhe imponha a vontade, sem que lhe domine o desejo,
basta que a noite lhe abra uma cortina de surpresas
ou quem sabe a madrugada lhe levite sobre a bruma
e o eleve acima de seus momentos mais inusitados,
pois ela sai assim com os cabelos soltos
e ninguém tem o direito de fechar as portas do
sentimento e nem colocar pedágios nas vias da intuição
do cantador presente, do inspirado bardo que capta
as fagulhas que sobressaem dos relampejos mais importantes,
que se descortinam naqueles instantes onde nem mesmo
os que vivem sonambolizados entre o aparente e o que
gira todos os movimentos mais silenciosos do universo.
É assim mesmo que ela sai, ela não penteia seus cabelos
e no entanto ela é mais bela que todo o bailar dos tangos
e vai além das palavras mais sublimes que emolduram os versos,
assim dirão os que são sensiveis, que em certa rua, em
certo dia, passou certo alguém que brilhou por fora
os muros, iluminou as árvores sem primavera, trouxe os
frutos fora do outono, encantou a todos que boquiabertos
passaram o resto do dia a sorrir, amar e a perdoar todos
os males que outros os fizeram, porque ela caminhou assim desfeita,
e ela se foi assim perfeita, assim tão linda, assim tão bela,
ela se foi, porque assim tudo se vai, tudo se esvai, tudo se
escorrega entre os dedos das mãos, como se despojam os carinhos,
como se diluem os momentos que se sucedem aos momentos que se
sucedem aos momentos, e assim despenteada ela reconfigurou com
arte o que estava fora do lugar, o que necessitava ressurgir,
e provou com sua candura que os girassóis nascem por toda a parte.
terça-feira, 19 de julho de 2011
ANJO GABRIEL ANUNCIA CRIANÇA EM SÃO PAULO
Do meu livro LEMBRANÇAS DE OUTONO
Os dois amigos jogavam sinuca no bar. Sinucão! Você sabe o que é isto? Não são aquelas sinuquinhas de meia sola dos barzinhos de esquina. É grandona mesmo. Remanescente do tempo do tango de Gardel.
Beliscam uns salgadinhos e tomam suas cervejinhas. Sempre aos domingos à tarde.
Aproxima-se deles um jovem: "Boa tarde!"
"Boa tarde!" Respondem os dois. "Você quer jogar um pouco de sinuca com a gente?"
"Não, nem pensar! Não jogo, não bebo, não fumo!"
"Qualé rapaz, então o que você veio fazer aqui?"
"Eu vim anunciar?" "Anunciar, anunciar o quê?"
"Vim anunciar que a Sônia está grávida recentemente e vai ganhar um menino!"
"Você é algum anjo por acaso? Parece que conheço esta estória!"
"Sim, sou o anjo Gabriel!"
"Olhe aqui, seu Gabrí, cadê suas asas? Anjos tem asas! Até que você é louro igual a anjo, mas cadê?"
"Elas estão aqui debaixo de minha capa! Dê uma olhada!"
"Nossa Carlinhos! Não é que o cara é mesmo o Anjo Gabriel! Ou nós estamos bêbados?"
"Sou o anjo Gabriel sim, José e vim anunciar que sua noiva Soninha está grávida!"
"Meu Deus, não esperava por esta notícia, não estou preparado para isto!"
"Pois bem, José e este garoto é fora de série. Ele vai ensinar muitas coisas boas para a humanidade. Vai mostrar que jogar demais e beber demais, deixando a família em casa não é uma coisa certa!"
"Mais uma que eu não esperava. O meu filho vai atrapalhar a minha própria vida?"
"Já que você não esperava por tudo isto, não precisa se desesperar não. O filho não é seu. É de um colega de serviço de Soninha! Adeus José!"
Os dois amigos jogavam sinuca no bar. Sinucão! Você sabe o que é isto? Não são aquelas sinuquinhas de meia sola dos barzinhos de esquina. É grandona mesmo. Remanescente do tempo do tango de Gardel.
Beliscam uns salgadinhos e tomam suas cervejinhas. Sempre aos domingos à tarde.
Aproxima-se deles um jovem: "Boa tarde!"
"Boa tarde!" Respondem os dois. "Você quer jogar um pouco de sinuca com a gente?"
"Não, nem pensar! Não jogo, não bebo, não fumo!"
"Qualé rapaz, então o que você veio fazer aqui?"
"Eu vim anunciar?" "Anunciar, anunciar o quê?"
"Vim anunciar que a Sônia está grávida recentemente e vai ganhar um menino!"
"Você é algum anjo por acaso? Parece que conheço esta estória!"
"Sim, sou o anjo Gabriel!"
"Olhe aqui, seu Gabrí, cadê suas asas? Anjos tem asas! Até que você é louro igual a anjo, mas cadê?"
"Elas estão aqui debaixo de minha capa! Dê uma olhada!"
"Nossa Carlinhos! Não é que o cara é mesmo o Anjo Gabriel! Ou nós estamos bêbados?"
"Sou o anjo Gabriel sim, José e vim anunciar que sua noiva Soninha está grávida!"
"Meu Deus, não esperava por esta notícia, não estou preparado para isto!"
"Pois bem, José e este garoto é fora de série. Ele vai ensinar muitas coisas boas para a humanidade. Vai mostrar que jogar demais e beber demais, deixando a família em casa não é uma coisa certa!"
"Mais uma que eu não esperava. O meu filho vai atrapalhar a minha própria vida?"
"Já que você não esperava por tudo isto, não precisa se desesperar não. O filho não é seu. É de um colega de serviço de Soninha! Adeus José!"
UM CRIME PSICOLÓGICO
Do meu livro LEMBRANÇAS DO OUTONO
O corpo estava estendido sobre a calçada do velho casarão. Outrora depósito de café do ex-IBC. Por ironia do destino o extinto se chamava IRANILDO BENEDITO COSTA.
Coincidência? Sincronia? Este não é o momento para se discutir metafísica ou Jung.
Talvez Kafka poderia entrar derrapando pela beira do conto.
A faca periciada penetrou-lhe na altura do intestino e atingiu-lhe também o fígado. Cena dramática. Carros de polícia rondam por todos os lados.
À frente um posto de gasolina. Movimento intenso. Combustivel caro. Vida barata demais.
Do outro lado uma loja de amortecedores. Ironia do destino de novo? Talvez, para quem observa aquele minúsculo homenzinho (perdoem-me o exagero na explicação), sentado com olhar em êxtase e nas mãos um pedaço do paletó do morto!
"Ah! Não!" Suspira o sargento, enquanto o empacota na algema.
"Ah! Não?" Foi exatamente esta expressão a causa mortis de Iranildo, quando viu-se frente a frente com aquele inesperado homenzinho.
Se tamanha foi a sua surpresa, não pode oferecer o mesmo à sua filhinha de oito anos, em seu aniversário. Seu sonho: uma festa para crianças sendo servida por um garçom anão!
O complexo do pequenino homem falou mais alto que a santa intenção de Iranildo.
O corpo estava estendido sobre a calçada do velho casarão. Outrora depósito de café do ex-IBC. Por ironia do destino o extinto se chamava IRANILDO BENEDITO COSTA.
Coincidência? Sincronia? Este não é o momento para se discutir metafísica ou Jung.
Talvez Kafka poderia entrar derrapando pela beira do conto.
A faca periciada penetrou-lhe na altura do intestino e atingiu-lhe também o fígado. Cena dramática. Carros de polícia rondam por todos os lados.
À frente um posto de gasolina. Movimento intenso. Combustivel caro. Vida barata demais.
Do outro lado uma loja de amortecedores. Ironia do destino de novo? Talvez, para quem observa aquele minúsculo homenzinho (perdoem-me o exagero na explicação), sentado com olhar em êxtase e nas mãos um pedaço do paletó do morto!
"Ah! Não!" Suspira o sargento, enquanto o empacota na algema.
"Ah! Não?" Foi exatamente esta expressão a causa mortis de Iranildo, quando viu-se frente a frente com aquele inesperado homenzinho.
Se tamanha foi a sua surpresa, não pode oferecer o mesmo à sua filhinha de oito anos, em seu aniversário. Seu sonho: uma festa para crianças sendo servida por um garçom anão!
O complexo do pequenino homem falou mais alto que a santa intenção de Iranildo.
ET E OVNI INVADEM METRÓPOLE
Do meu livro LEMBRANÇAS DO OUTONO
Marcos colocou o filme para rodar. Sábado à tarde. Quente como nunca. Invasão de extraterrestres! Já havia prometido à sua amada que passaria na próxima oportunidade ou na última que tivesse.
Joana se espicha. Apanha uns biscoitos na mesinha do centro. Puxa um pouco a cortina. O sol não está brincando de bonzinho.
"Marcão, você acredita em ET'S?" "Claro, imagina este universo com bilhões de galáxias, trilhões de anos luzes seus não dariam para chegar nem no fundo da casa de sua via láctea!"
"Mas quem vai viver tanto tempo assim, para chegar até aqui Marcão?"
"Quem? Você fala na linguagem espaço/tempo terrestre. Eu falo em outra velocidade a nivel da energia pensamento! É outra coisa totalmente diferente! Você ainda não percebeu? Eles já estão no meio de nós!"
"Cruzes, não me fale assim que já estou morrendo de medo. Não consigo nem engolir este biscoitinho! Mas... você já viu Marcão, a cara do 601. Ele mudou para cá junto com a gente. Ele tem uma cara esquisita. Parece ET. E quer saber de uma coisa. Ele parece com você. Tem hora que você tá estranho!"
O filme vai rodando.
"Marcão, olha as orelhas dele! São meio pontudas iguais as suas!" "Joana e daí? Com os meus cabelos compridos consigo disfarçá-las numa boa. Até hoje ninguém notou nada diferente em mim!"
"É? Você viu as unhas dele?" "Eu sei Joana. Mas eu corto minhas unhas todo final de semana, de modo que elas não se entortam. É assim mesmo. Uma questão de se adaptar. Não tem nada de anormal!"
"Mas as sobrancelhas deles parecem de plástico, iguais as suas!"
"Joana, eu não lhe disse do acidente e que fiz plástica!"
Um clarão se abre no aparelho de televisão e invade toda a sala. Uma nave se posiciona no fundo da tela em 3D. Dois focos se estendem a Joana e Marcos sugando-os.
Joana, sim. Marcos? Que Marcos! XY 4386!
Se até os brutos também amam, por que não os ET'S?
Marcos colocou o filme para rodar. Sábado à tarde. Quente como nunca. Invasão de extraterrestres! Já havia prometido à sua amada que passaria na próxima oportunidade ou na última que tivesse.
Joana se espicha. Apanha uns biscoitos na mesinha do centro. Puxa um pouco a cortina. O sol não está brincando de bonzinho.
"Marcão, você acredita em ET'S?" "Claro, imagina este universo com bilhões de galáxias, trilhões de anos luzes seus não dariam para chegar nem no fundo da casa de sua via láctea!"
"Mas quem vai viver tanto tempo assim, para chegar até aqui Marcão?"
"Quem? Você fala na linguagem espaço/tempo terrestre. Eu falo em outra velocidade a nivel da energia pensamento! É outra coisa totalmente diferente! Você ainda não percebeu? Eles já estão no meio de nós!"
"Cruzes, não me fale assim que já estou morrendo de medo. Não consigo nem engolir este biscoitinho! Mas... você já viu Marcão, a cara do 601. Ele mudou para cá junto com a gente. Ele tem uma cara esquisita. Parece ET. E quer saber de uma coisa. Ele parece com você. Tem hora que você tá estranho!"
O filme vai rodando.
"Marcão, olha as orelhas dele! São meio pontudas iguais as suas!" "Joana e daí? Com os meus cabelos compridos consigo disfarçá-las numa boa. Até hoje ninguém notou nada diferente em mim!"
"É? Você viu as unhas dele?" "Eu sei Joana. Mas eu corto minhas unhas todo final de semana, de modo que elas não se entortam. É assim mesmo. Uma questão de se adaptar. Não tem nada de anormal!"
"Mas as sobrancelhas deles parecem de plástico, iguais as suas!"
"Joana, eu não lhe disse do acidente e que fiz plástica!"
Um clarão se abre no aparelho de televisão e invade toda a sala. Uma nave se posiciona no fundo da tela em 3D. Dois focos se estendem a Joana e Marcos sugando-os.
Joana, sim. Marcos? Que Marcos! XY 4386!
Se até os brutos também amam, por que não os ET'S?
LADRÃO QUE NUNCA FOI LADRÃO
Extraido do meu livro LEMBRANÇAS DO OUTONO
Raul saiu apressadamente da padaria com um embrulho de pão e outro de leite. Rápido como um The Flash querendo superar o Eclesiastes ao ultrapassar o vento. Entrou rapidamente no carro verde-oliva, novinho em folha, cheirando capim gordura de manhã na beira do barranco.
O celular no banco do carona toca. Atende: "Vagabundo, ladrão safado, você vai ter comigo! Entrou numa fria meu!"
Não entende nada do que está passando. Acelera. Atravessa o deserto do sinai do sinal vermelho, enquanto o trânsito parece embrenhado em algas marinhas. Lembranças.... A praia? Só daqui a duas semanas. O celular de novo: "Pensa que vai me enganar? É ruim, einh? Já estou no teu encalço!".
Raul olha pelo retrovisor. Percebe um carro em vai e vem, cruzando e costurando o que for de brecha no meio daquela muvuca. Marca de zorro somada com buzina.
Não entende nada. Acelera mais e mais. Precisa escapar daquela incompreensivel perseguição.
Resolve voltar pelo quarteirão. Dobra a direita. Fura o sinal. Os caras atrás. O primeiro tiro quebra o vidro traseiro.
O segundo tiro acerta-lhe o ombro direito. O celular toca de novo. Não dá para atender. Vai na mesma marcha. Quarta direto.
A padaria aparece na frente. Percebe seu carro verde-oliva perto da banca de revistas. O vendedor da concessionária falara que era o único! Único? Foi só argumento de venda!
Joga-se para cima de seu carro. Colidi brutalmente. Uma bala atravessa-lhe a cabeça.
Já não se pode mais fazer poemas como Garcia Lorca, neste mundo também maluco. "Verde que te quiero verde?" Mas quem sabe....."verde carne, pelo verde, soñando en la mar amarga."
Garcia Lorca com seu poema ROMANCE SONÂMBULO e este conto que bem poderia chamar-se: LA MUERTE SONÂMBULA!
Raul saiu apressadamente da padaria com um embrulho de pão e outro de leite. Rápido como um The Flash querendo superar o Eclesiastes ao ultrapassar o vento. Entrou rapidamente no carro verde-oliva, novinho em folha, cheirando capim gordura de manhã na beira do barranco.
O celular no banco do carona toca. Atende: "Vagabundo, ladrão safado, você vai ter comigo! Entrou numa fria meu!"
Não entende nada do que está passando. Acelera. Atravessa o deserto do sinai do sinal vermelho, enquanto o trânsito parece embrenhado em algas marinhas. Lembranças.... A praia? Só daqui a duas semanas. O celular de novo: "Pensa que vai me enganar? É ruim, einh? Já estou no teu encalço!".
Raul olha pelo retrovisor. Percebe um carro em vai e vem, cruzando e costurando o que for de brecha no meio daquela muvuca. Marca de zorro somada com buzina.
Não entende nada. Acelera mais e mais. Precisa escapar daquela incompreensivel perseguição.
Resolve voltar pelo quarteirão. Dobra a direita. Fura o sinal. Os caras atrás. O primeiro tiro quebra o vidro traseiro.
O segundo tiro acerta-lhe o ombro direito. O celular toca de novo. Não dá para atender. Vai na mesma marcha. Quarta direto.
A padaria aparece na frente. Percebe seu carro verde-oliva perto da banca de revistas. O vendedor da concessionária falara que era o único! Único? Foi só argumento de venda!
Joga-se para cima de seu carro. Colidi brutalmente. Uma bala atravessa-lhe a cabeça.
Já não se pode mais fazer poemas como Garcia Lorca, neste mundo também maluco. "Verde que te quiero verde?" Mas quem sabe....."verde carne, pelo verde, soñando en la mar amarga."
Garcia Lorca com seu poema ROMANCE SONÂMBULO e este conto que bem poderia chamar-se: LA MUERTE SONÂMBULA!
terça-feira, 19 de abril de 2011
FUNCIONÁRIOS EXEMPLARES DA PREFEITURA DE VILA VELHA=ES
Certamente que vou dedicar este artigo a dois exemplares funcionários da PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA-ES, mas esclarecendo que desde a entrada do prédio da Prefeitura até seu último andar, colhemos olhares de atenção, sorrisos de recepção e uma plêiade de funcionários sempre dispostos a servir ao nosso povo vilavelhense, da melhor forma possível.
Porém, por uma questão particular, dedico este artigo aos funcionários HÉLIO ANDERSON FORTES e MARLENE DALTIO FIGUEIREDO pela ternura e boa vontade, com que me atenderam na Prefeitura Municipal de Vila Velha, no DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS/RH.
Parece uma contradição, a brincadeira que eu faço, pois sendo PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS AUDITIVO/VISUAL, encontro-me como um SER HUMANO COM POUCOS RECURSOS, mas fui atendido por SERES HUMANOS DE UMA VERDADEIRA SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS, com um amor e afeto ao cidadão, que me levou à emoção. Certamente, que a gente fica mais sensível que os demais, porém, também mais grato.
Eles demonstram o que deve ser verdadeiramente um SERVIDOR PÚBLICO. O SERVIDOR PÚBLICO se porta com uma ALMA SACERDOTAL/PASTORAL, assim como esses dois funcionários acima citados me receberam, quando apreendem em seu espírito o sentido profundo do seu ofício.
Só posso pedir ao ETERNO CRIADOR DO UNIVERSO que abençoe estes cidadãos valorosos de nosso município de Vila Velha-ES e que todos os seus dias sejam de felicidade e paz, pois, a lei universal de DEUS, proclama, que nós colhemos pela vida os frutos que plantamos.
Porém, por uma questão particular, dedico este artigo aos funcionários HÉLIO ANDERSON FORTES e MARLENE DALTIO FIGUEIREDO pela ternura e boa vontade, com que me atenderam na Prefeitura Municipal de Vila Velha, no DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS/RH.
Parece uma contradição, a brincadeira que eu faço, pois sendo PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS AUDITIVO/VISUAL, encontro-me como um SER HUMANO COM POUCOS RECURSOS, mas fui atendido por SERES HUMANOS DE UMA VERDADEIRA SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS, com um amor e afeto ao cidadão, que me levou à emoção. Certamente, que a gente fica mais sensível que os demais, porém, também mais grato.
Eles demonstram o que deve ser verdadeiramente um SERVIDOR PÚBLICO. O SERVIDOR PÚBLICO se porta com uma ALMA SACERDOTAL/PASTORAL, assim como esses dois funcionários acima citados me receberam, quando apreendem em seu espírito o sentido profundo do seu ofício.
Só posso pedir ao ETERNO CRIADOR DO UNIVERSO que abençoe estes cidadãos valorosos de nosso município de Vila Velha-ES e que todos os seus dias sejam de felicidade e paz, pois, a lei universal de DEUS, proclama, que nós colhemos pela vida os frutos que plantamos.
sábado, 16 de abril de 2011
AMOR QUE CONSOME O CORAÇÃO DE UM HOMEM
Mini blusa,
mini short,
mini sorriso,
mini vórtice,
mini musa,
mini aviso,
mini olhar,
mini lusa,
mini andar,
mini requebrar,
mini batom,
mini tom,
mini-me!
mini short,
mini sorriso,
mini vórtice,
mini musa,
mini aviso,
mini olhar,
mini lusa,
mini andar,
mini requebrar,
mini batom,
mini tom,
mini-me!
sábado, 2 de abril de 2011
BRASIL TOMA VERGONHA NA CARA!...MAS RECONHEÇO QUE NA GRANDE VITÓRIA/ES...
Outro dia acordei bem cedinho e um jornal dos mais populares da cidade, trazia duas fotos interessantes: a debaixo, seminua, de calcinha branca transparente mostrava a nova ganhadora do Big Brother, sem dúvida uma escultura divinal traçada pela natureza e mais acima fotos de corredores dos hospitais com pessoas morrendo em macas, numa cena de guerra libiana.
Uma pessoa disse ao meu lado: "O Brasil é o país dos contrastes! Será sempre assim!"
Comecei a lembrar-me do jogo de palavras duais de Heráclito, "a guerra é mãe e rainha de todas as coisas, alguns transforma em deuses, outros em homens, de alguns faz escravos, de outros homens livres" Pensamentos de dois mil e quinhentos anos atrás. Ao pé da letra, parecia mesmo que a musa era a deusa; enquanto os que padeciam, morriam e esperavam a morte, eram os homens que são mortais, que são escravos, que estão à deriva do sofrimento, com seus rostos açoitados pela injustiça social. Lá fora seus familiares rasgando as vestes em desespero e sulcando a face com suas lágrimas. A musa estava ali, feliz, sorridente, esbelta, explêndida, livre de todas as dores e doenças, desprendida da velhice e da morte, enaltecida pela mídia vigente. Claro que esta forma de pensar seria de extrema pobreza, principalmente por considerar que nosso país vive uma permanência estática, e até mesmo que um filósofo como aquele de Éfeso, não veio ao mundo para falar tolices. Ainda por cima aceitar que não há possibilidade de mudança? Mas ler um filósofo através de uma frase é construir uma nova religião através de um versículo da Bíblia.
Outra frase de Heráclito: "A oposição produz a concórdia. Da discórdia surge a mais bela harmonia" Então começamos a perceber uma dinâmica quando pensamos além da ingenuidade e da alienação. Chegou o momento da dialética. Do jogo da musa e dos mortos, do corpo de uma princesa sob uma calcinha branca rendada versus os corpos retorcidos e nús sob os lençóis sujos e contaminados das macas, podemos chegar pelo choque das imagens à conclusão de que deve ser feita urgentemente uma mudança de estado. Heráclito também diz: "Nada é permanente, exceto a mudança". Urge mudarmos nosso rumo. O filósofo acrescenta: "A todo homem lhe é concedido conhecer-se a si mesmo e meditar sabiamente". Então, é necessário repensar este país com a maior urgência possivel. Concluindo Heráclito: "A sabedoria é a meta da alma humana e, à medida que avança em seus conhecimentos, vai afastando de si o horizonte do desconhecido" "No círculo se confundem o princípio e o fim"
Meus irmãos, aquele cara ao meu lado estava totalmente enganado. O Brasil não é eternamente o país dos contrastes. Não, o Brasil é um país que tem que tomar vergonha na cara. Precisamos de reformular as bases fundamentais deste país. Encaminharmos para uma educação que salte além da superficialidade. Endereçarmo-nos em busca de políticos honestos e não corruptos, que tenham como base os valores republicanos e as audiências orçamentárias participativas para que nossos rumos sejam os da justiça e da igualdade. Certamente que estou falando do Brasil em geral. Mas reconheço que no Estado do Espírito Santo, principalmente na Grande Vitória, tem sido feito um papel de alto nível na educação, por parte das Secretarias de Educação, dos Técnicos Educacionais, dos Pedagogos, Professores e demais profissionais escolares. O Governo Federal terá que arregimentar um fundo poderoso, para socorrer os Estados e Municípios que estão sem recursos para investimentos na área de saúde, deixando governadores e prefeitos em situação de caos e desespero. Este fundo deve nascer de uma reforma institucional das bases que fundamentam nosso País.
Com certeza o papel da mídia será outro, o trabalho da musa terá um espaço mais nobre e os hospitais receberão respaldo da manutenção social. O povo sairá da linha alienatória para entrar no círculo da igualdade social.
Brasil, toma vergonha na cara!
Uma pessoa disse ao meu lado: "O Brasil é o país dos contrastes! Será sempre assim!"
Comecei a lembrar-me do jogo de palavras duais de Heráclito, "a guerra é mãe e rainha de todas as coisas, alguns transforma em deuses, outros em homens, de alguns faz escravos, de outros homens livres" Pensamentos de dois mil e quinhentos anos atrás. Ao pé da letra, parecia mesmo que a musa era a deusa; enquanto os que padeciam, morriam e esperavam a morte, eram os homens que são mortais, que são escravos, que estão à deriva do sofrimento, com seus rostos açoitados pela injustiça social. Lá fora seus familiares rasgando as vestes em desespero e sulcando a face com suas lágrimas. A musa estava ali, feliz, sorridente, esbelta, explêndida, livre de todas as dores e doenças, desprendida da velhice e da morte, enaltecida pela mídia vigente. Claro que esta forma de pensar seria de extrema pobreza, principalmente por considerar que nosso país vive uma permanência estática, e até mesmo que um filósofo como aquele de Éfeso, não veio ao mundo para falar tolices. Ainda por cima aceitar que não há possibilidade de mudança? Mas ler um filósofo através de uma frase é construir uma nova religião através de um versículo da Bíblia.
Outra frase de Heráclito: "A oposição produz a concórdia. Da discórdia surge a mais bela harmonia" Então começamos a perceber uma dinâmica quando pensamos além da ingenuidade e da alienação. Chegou o momento da dialética. Do jogo da musa e dos mortos, do corpo de uma princesa sob uma calcinha branca rendada versus os corpos retorcidos e nús sob os lençóis sujos e contaminados das macas, podemos chegar pelo choque das imagens à conclusão de que deve ser feita urgentemente uma mudança de estado. Heráclito também diz: "Nada é permanente, exceto a mudança". Urge mudarmos nosso rumo. O filósofo acrescenta: "A todo homem lhe é concedido conhecer-se a si mesmo e meditar sabiamente". Então, é necessário repensar este país com a maior urgência possivel. Concluindo Heráclito: "A sabedoria é a meta da alma humana e, à medida que avança em seus conhecimentos, vai afastando de si o horizonte do desconhecido" "No círculo se confundem o princípio e o fim"
Meus irmãos, aquele cara ao meu lado estava totalmente enganado. O Brasil não é eternamente o país dos contrastes. Não, o Brasil é um país que tem que tomar vergonha na cara. Precisamos de reformular as bases fundamentais deste país. Encaminharmos para uma educação que salte além da superficialidade. Endereçarmo-nos em busca de políticos honestos e não corruptos, que tenham como base os valores republicanos e as audiências orçamentárias participativas para que nossos rumos sejam os da justiça e da igualdade. Certamente que estou falando do Brasil em geral. Mas reconheço que no Estado do Espírito Santo, principalmente na Grande Vitória, tem sido feito um papel de alto nível na educação, por parte das Secretarias de Educação, dos Técnicos Educacionais, dos Pedagogos, Professores e demais profissionais escolares. O Governo Federal terá que arregimentar um fundo poderoso, para socorrer os Estados e Municípios que estão sem recursos para investimentos na área de saúde, deixando governadores e prefeitos em situação de caos e desespero. Este fundo deve nascer de uma reforma institucional das bases que fundamentam nosso País.
Com certeza o papel da mídia será outro, o trabalho da musa terá um espaço mais nobre e os hospitais receberão respaldo da manutenção social. O povo sairá da linha alienatória para entrar no círculo da igualdade social.
Brasil, toma vergonha na cara!
quinta-feira, 17 de março de 2011
(HOMENAGEM ÀS MULHERES) SÓ PARA ELAS, EM ATENÇÃO AO PROF. CICA
Quando meu amigo Prof.Cica, me pediu um poema sobre as mulheres, ele sabia que eu iria recebê-lo pela graça da inspiração. Eu saí pelo corredor como um menino caçador de borboletas e em cinco minutos já tinha o poema em mãos.
Diante deste poema para as mulheres, reflito que poesia não se escreve. Não sou escritor de poesias. Sou simplesmente poeta. Estar nesta condição é ser um coletor/caçador das palavras que estão esparzidas por aí nas miríades de sinfonias silabais que florescem pelo cosmo.
SÓ PARA ELAS
Eu queria falar das mulheres, sem falar das flores,
sem tocar nas primaveras, sem desvelar a graciosidade do belo.
Mas como falar delas, se tudo isto são elas?
Eu queria sentar-me em minha mesa de jantar,
estar ali simplesmente mitigando o alimento,
fingir-se esquecido da vida,
deixar-se abandonado de mim,
Mas não tem como estar, não há forma nenhuma
de permanecer assim,
pois a toalha é lindamente bordada,
a xicara é elegantemente colocada entre os talheres,
no centro da mesa há uma jarra esbelta e bem contornada,
não faz três dias que elas cuidaram da casa,
existo no mundo maravilhoso das mulheres!
Eu queria abrir minhas janelas, e não são poucas,
e despertar minhas cortinas para os ventos matinais,
como se fosse capaz de dar um ar de festa
ou ser um expert no embelezamento ambiental,
mas quando me aproximo delas, foram as mãos femininas
que bordaram seus sinais,
mãos dóceis, mãos distantes em tardes fabris,
enquanto eu desfiava notíciais nos jornais,
o meu mundo não seria doce e minha vida seria sem sal,
que seria de nosso mundo sem vocês mulheres?
Diante deste poema para as mulheres, reflito que poesia não se escreve. Não sou escritor de poesias. Sou simplesmente poeta. Estar nesta condição é ser um coletor/caçador das palavras que estão esparzidas por aí nas miríades de sinfonias silabais que florescem pelo cosmo.
SÓ PARA ELAS
Eu queria falar das mulheres, sem falar das flores,
sem tocar nas primaveras, sem desvelar a graciosidade do belo.
Mas como falar delas, se tudo isto são elas?
Eu queria sentar-me em minha mesa de jantar,
estar ali simplesmente mitigando o alimento,
fingir-se esquecido da vida,
deixar-se abandonado de mim,
Mas não tem como estar, não há forma nenhuma
de permanecer assim,
pois a toalha é lindamente bordada,
a xicara é elegantemente colocada entre os talheres,
no centro da mesa há uma jarra esbelta e bem contornada,
não faz três dias que elas cuidaram da casa,
existo no mundo maravilhoso das mulheres!
Eu queria abrir minhas janelas, e não são poucas,
e despertar minhas cortinas para os ventos matinais,
como se fosse capaz de dar um ar de festa
ou ser um expert no embelezamento ambiental,
mas quando me aproximo delas, foram as mãos femininas
que bordaram seus sinais,
mãos dóceis, mãos distantes em tardes fabris,
enquanto eu desfiava notíciais nos jornais,
o meu mundo não seria doce e minha vida seria sem sal,
que seria de nosso mundo sem vocês mulheres?
terça-feira, 8 de março de 2011
PROBLEMAS PODEM SER ÂNCORAS PARA NOVAS E SAUDAVEIS REALIDADES
Você sabe muito bem o que é dirigir um automóvel? É necessário ter carta de motorista, experiência na direção, controle no trânsito, percepção ampla, calma, perceber o momento ideal de tomar uma decisão, ter malícia. Há muitas coisas que as escolas de motoristas não lhe podem passar. Somente sua experiência e inteligência poderão captar. São aqueles momentos inesperados, que surgem de repente, mas que exigem certas qualidades, intuições, golpes de vista, que não se ensinam em um curso. Portanto na vida, devemos nos preparar sempre. Não fumar, não beber, ou em último caso, participar socialmente, não perder noites de sono, não se alimentar de quaisquer alimentos nocivos, fazer exercícios, aprender técnicas de respiração, meditação e relax, possuir um hobby que lhe dê alegria. não se agarrar desesperadamente às coisas materiais e possuir uma comunicação íntima com a espiritualidade dentro de suas necessidades e possibilidades.
Você sabe o que é digerir? Quase parece um trocadilho de palavras, não é? Em suma seria mastigar. Mas não é só isto. Tem que triturar bem os alimentos, fazê-lo com calma, ser paciente ao engolí-los, não ter pressa na mastigação, não comer pensando em problemas aflitivos, alimentar-se com alegria e parcimônia, não assistir a programas conflitivos de televisão, ou conversar demasiadamente, ou ler jornais ou revistas enquanto se alimenta,, etc. Seria até bom que colocasse uma música clássica de fundo, na hora das refeições. Em último caso, se não houver tempo para alimentar, por um imprevisto qualquer, coma frutas, tome sucos e deixe para fazê-lo na hora adequada.
Nossos problemas para serem bem resolvidos, tem que ser bem dirigidos e bem digeridos. Querer resolvê-los todos de uma só vez é encomendar um enfarte, um estresse, uma insônia, uma discussão, um desentendimento, um erro fatal na solução, etc.
Para que eles concluem com finalidade ideal, precisam ser bem digeridos. Uma boa digestão conduz a uma boa gestão. É preciso resolver problema por problema com cadência e harmonia.
O que não se pode fazer hoje, faça-o amanhã. Mas lembre-se do antigo e sábio adágio: não deixe de fazer pela manhã o que poderá fazer à tarde. Isto não quer dizer que você se afobe para realizar suas atividades. Mas se pode executar alguma a tempo, sem criar conflitos, em horários anteriores, seja complacente e faça.
Uma outra questão é começar a fazer primeiramente as mais difíceis. Deixe as coisas mais fáceis para mais tarde. No início de nossas atividades, estamos mais descansados e com mais energias para realizar tarefas mais ousadas.
Não nos esqueçamos também, que amanhã será outro dia. O sol sairá de outra forma e estamos girando em volta de nós mesmos a 1600 Km/h e a 30Km/Seg na pista de translação, muito mais longe de ontem, do que possamos pensar. Estamos diante de outro espaço/tempo, portanto nova face do universo.
Outras oportunidades surgem, janelas e portas se abrem,novas pessoas se apresentam para nos ajudar, enfim, o universo está sempre disposto a colaborar conosco, quando pensamos e agimos positivamente.
Saibamos dirigir e digerir bem nossos problemas, para que eles se tornem soluções de nossas novas realidades. Eles são os tranpolins e as molas porpulsoras para o nosso desenvolvimento, para as nossas novas alianças e próximas conquistas.
Você sabe o que é digerir? Quase parece um trocadilho de palavras, não é? Em suma seria mastigar. Mas não é só isto. Tem que triturar bem os alimentos, fazê-lo com calma, ser paciente ao engolí-los, não ter pressa na mastigação, não comer pensando em problemas aflitivos, alimentar-se com alegria e parcimônia, não assistir a programas conflitivos de televisão, ou conversar demasiadamente, ou ler jornais ou revistas enquanto se alimenta,, etc. Seria até bom que colocasse uma música clássica de fundo, na hora das refeições. Em último caso, se não houver tempo para alimentar, por um imprevisto qualquer, coma frutas, tome sucos e deixe para fazê-lo na hora adequada.
Nossos problemas para serem bem resolvidos, tem que ser bem dirigidos e bem digeridos. Querer resolvê-los todos de uma só vez é encomendar um enfarte, um estresse, uma insônia, uma discussão, um desentendimento, um erro fatal na solução, etc.
Para que eles concluem com finalidade ideal, precisam ser bem digeridos. Uma boa digestão conduz a uma boa gestão. É preciso resolver problema por problema com cadência e harmonia.
O que não se pode fazer hoje, faça-o amanhã. Mas lembre-se do antigo e sábio adágio: não deixe de fazer pela manhã o que poderá fazer à tarde. Isto não quer dizer que você se afobe para realizar suas atividades. Mas se pode executar alguma a tempo, sem criar conflitos, em horários anteriores, seja complacente e faça.
Uma outra questão é começar a fazer primeiramente as mais difíceis. Deixe as coisas mais fáceis para mais tarde. No início de nossas atividades, estamos mais descansados e com mais energias para realizar tarefas mais ousadas.
Não nos esqueçamos também, que amanhã será outro dia. O sol sairá de outra forma e estamos girando em volta de nós mesmos a 1600 Km/h e a 30Km/Seg na pista de translação, muito mais longe de ontem, do que possamos pensar. Estamos diante de outro espaço/tempo, portanto nova face do universo.
Outras oportunidades surgem, janelas e portas se abrem,novas pessoas se apresentam para nos ajudar, enfim, o universo está sempre disposto a colaborar conosco, quando pensamos e agimos positivamente.
Saibamos dirigir e digerir bem nossos problemas, para que eles se tornem soluções de nossas novas realidades. Eles são os tranpolins e as molas porpulsoras para o nosso desenvolvimento, para as nossas novas alianças e próximas conquistas.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
LEVIATÃ MONSTRUOSO OU BESTA APOCALÍPTICA QUE DEVORA O ECOSSISTEMA/ BIOSFERA
Comparo o Brasil como um galho que cai em um redemoinho e ali fica rodando infinitamente sem tomar o curso do rio. Nosso país desde sua invasão portuguesa é devassado pela extração, extinção, exploração da natureza e do ser local.
Os invasores primordiais tinham a propriedade da terra em forma alodial e plena(livres de fóruns, vínculos, pensões e ônus). D.João III, em 1534, dividiu o Brasil tordesilhiano em 15 enormes faixas de terras, as capitanias hereditárias, com carta de doação, carta foral, com o donatário na figura de um semi-deus, para exercer a "guerra justa" contra os índios, escravizando-os e matando-os. Anteriormente, os indígenas iam a mando português destruindo a mata de pau brasil (madeira de aprox.10 a 15m de altura por 1m de diâmetro), devastando toda a costa atlântica, em troca do comércio de escambo, em carater predatório. Hoje, é comum multinacionais ganharem imensas faixas de terras, para estabelecerem indústrias, com isenção de impostos e também expulsão do homem, do pássaro, do sapo, da biosfera, etc.
Iniciaram com as capitanias o ciclo da cana de açúcar que avançava quilômetros de mata adentro e mortandade indígena. O primeiro século da invasão devastou 10 mil quilômetros quadrados da mata atlântica e derrubou aproximadamente 6 milhões de árovres. Depois vieram cinco séculos de fogo sobre a terra, a popular queimada. Se há cinzas sobre as quais deveríamos derramar nossas lágrimas, seria sobre as cinzas da mata atlântica que se misturaram com as cinzas das civilizações indígenas e dos escravos africanos mortos. O monopólio comercial da metrópole portuguesa de mãos dadas com a Companhia de Jesus, conseguiu assentar o início do sistema capitalista brasileiro. No começo, a Igreja instalou também o Tribunal da Santa Inquisição na Bahia, Pernambuco, Pará e sul da colônia, matando milhares de cristãos novos (judeus convertidos ao cristianismo, como meio de conservar-se vivo). A produção açucareira trouxe o escravo africano para derramar suor e sangue sobre o solo. Monocultura e escravidão, este era a lógica do sistema. É interessante registrar que a população indígena já praticava uma agricultura familiar (mandioca, milho, tubérculos, frutas, etc). O escravo tinha o domingo para cuidar de sua própria agricultura familiar. Alguns senhores de engenho davam um dia a mais. A população colonial vivia em baixíssimo nivel de nutrição. Os senhores de engenho tinham o poder de compra de todas as suas necessidades vitais. Predominava o latifúnido, propriedade monocultora, escravocrata, exportadora ou melhor plantation. Depois chegou a era das entradas e bandeiras, massacrando os índios interioranos, recapturando escravos fugitivos(quilombolas) (sertanismo de contrato), devastando a natureza em busca de pedras e metais preciosos (bandeirismo prospector). Destruindo imensas terras interioranas e iniciando a implantação das grandes fazendas de gados.
O ciclo do ouro, embora tenha construido cidades e estradas e contribuido para a expansão de nosso território (indo além do Tratado de Tordesilhas), ergueu núcleos habitacionais à beira dos rios, despejando todos os dejetos sobre eles, além de destruir suas margens e cabeceiras. Todas as cidades brasileiras foram erguidas da mesma forma.
Todos os ciclos econômicos brasileiros, seja da extração do pau brasil, das madeiras de lei, do açúcar, do ouro, da mandioca, do cacau, da borracha, do café, do eucalípto, da instalação das indústrias, continuou com a mesma ética e ótica capitalista mercantilista e exploratória colonial: destruição total da natureza, expulsão do homem de sua agricultura familiar, instalação das grandes propriedades, latifúndios, monocultura, escravidão e exportação. Agora chegou a era do pré-sal. Espero que não seja a época da destruição de nossas mares, dos peixes, dos manguezais, das praias, e do envio de royalters para as mãos dos capitalistas estrangeiros (a metrópole moderna que apenas mudou de eixo).
O capitalismo selvagem brasileiro conseguiu inverter a história do homem sobre o planeta e driblar a harmonia natural do meio ambiente. No início, nas eras paleolíticas e neolíticas, os homens viviam em bandos e eram coletores e caçadores, sendo seu único inimigo a fera que rondava em sua volta. Hoje, no Brasil, ele está no paleolítico/neolítico, continua um coletor/caçador pré-programado para as colheitas das grandes plantations, chegando em cima de caminhões, esqueléticos, desnutridos, destroçados, terceirizados, para um dia fatal neolítico/paleolítico. Depois voltam para o inchaço das periferias das cidades, para se naufragarem no alcoolismo e desilusão. Atenderam à produção agrotoxicada, inseticidada, transgenizada e desumanizada. A fera, o capitalismo selvagem, este terrivel Leviatã, esta besta apocalíptica que devora tudo por fora e por dentro, inclusive o ecossistema, a própria biosfera, controla mecanicamente e midiamente, enquanto a população fica deitada eternamente num berço de ouro, de ouro não, de ingenuidade e alienação. Ah! Perdoem-me, é de ouro sim. O ouro fica com eles.
Os invasores primordiais tinham a propriedade da terra em forma alodial e plena(livres de fóruns, vínculos, pensões e ônus). D.João III, em 1534, dividiu o Brasil tordesilhiano em 15 enormes faixas de terras, as capitanias hereditárias, com carta de doação, carta foral, com o donatário na figura de um semi-deus, para exercer a "guerra justa" contra os índios, escravizando-os e matando-os. Anteriormente, os indígenas iam a mando português destruindo a mata de pau brasil (madeira de aprox.10 a 15m de altura por 1m de diâmetro), devastando toda a costa atlântica, em troca do comércio de escambo, em carater predatório. Hoje, é comum multinacionais ganharem imensas faixas de terras, para estabelecerem indústrias, com isenção de impostos e também expulsão do homem, do pássaro, do sapo, da biosfera, etc.
Iniciaram com as capitanias o ciclo da cana de açúcar que avançava quilômetros de mata adentro e mortandade indígena. O primeiro século da invasão devastou 10 mil quilômetros quadrados da mata atlântica e derrubou aproximadamente 6 milhões de árovres. Depois vieram cinco séculos de fogo sobre a terra, a popular queimada. Se há cinzas sobre as quais deveríamos derramar nossas lágrimas, seria sobre as cinzas da mata atlântica que se misturaram com as cinzas das civilizações indígenas e dos escravos africanos mortos. O monopólio comercial da metrópole portuguesa de mãos dadas com a Companhia de Jesus, conseguiu assentar o início do sistema capitalista brasileiro. No começo, a Igreja instalou também o Tribunal da Santa Inquisição na Bahia, Pernambuco, Pará e sul da colônia, matando milhares de cristãos novos (judeus convertidos ao cristianismo, como meio de conservar-se vivo). A produção açucareira trouxe o escravo africano para derramar suor e sangue sobre o solo. Monocultura e escravidão, este era a lógica do sistema. É interessante registrar que a população indígena já praticava uma agricultura familiar (mandioca, milho, tubérculos, frutas, etc). O escravo tinha o domingo para cuidar de sua própria agricultura familiar. Alguns senhores de engenho davam um dia a mais. A população colonial vivia em baixíssimo nivel de nutrição. Os senhores de engenho tinham o poder de compra de todas as suas necessidades vitais. Predominava o latifúnido, propriedade monocultora, escravocrata, exportadora ou melhor plantation. Depois chegou a era das entradas e bandeiras, massacrando os índios interioranos, recapturando escravos fugitivos(quilombolas) (sertanismo de contrato), devastando a natureza em busca de pedras e metais preciosos (bandeirismo prospector). Destruindo imensas terras interioranas e iniciando a implantação das grandes fazendas de gados.
O ciclo do ouro, embora tenha construido cidades e estradas e contribuido para a expansão de nosso território (indo além do Tratado de Tordesilhas), ergueu núcleos habitacionais à beira dos rios, despejando todos os dejetos sobre eles, além de destruir suas margens e cabeceiras. Todas as cidades brasileiras foram erguidas da mesma forma.
Todos os ciclos econômicos brasileiros, seja da extração do pau brasil, das madeiras de lei, do açúcar, do ouro, da mandioca, do cacau, da borracha, do café, do eucalípto, da instalação das indústrias, continuou com a mesma ética e ótica capitalista mercantilista e exploratória colonial: destruição total da natureza, expulsão do homem de sua agricultura familiar, instalação das grandes propriedades, latifúndios, monocultura, escravidão e exportação. Agora chegou a era do pré-sal. Espero que não seja a época da destruição de nossas mares, dos peixes, dos manguezais, das praias, e do envio de royalters para as mãos dos capitalistas estrangeiros (a metrópole moderna que apenas mudou de eixo).
O capitalismo selvagem brasileiro conseguiu inverter a história do homem sobre o planeta e driblar a harmonia natural do meio ambiente. No início, nas eras paleolíticas e neolíticas, os homens viviam em bandos e eram coletores e caçadores, sendo seu único inimigo a fera que rondava em sua volta. Hoje, no Brasil, ele está no paleolítico/neolítico, continua um coletor/caçador pré-programado para as colheitas das grandes plantations, chegando em cima de caminhões, esqueléticos, desnutridos, destroçados, terceirizados, para um dia fatal neolítico/paleolítico. Depois voltam para o inchaço das periferias das cidades, para se naufragarem no alcoolismo e desilusão. Atenderam à produção agrotoxicada, inseticidada, transgenizada e desumanizada. A fera, o capitalismo selvagem, este terrivel Leviatã, esta besta apocalíptica que devora tudo por fora e por dentro, inclusive o ecossistema, a própria biosfera, controla mecanicamente e midiamente, enquanto a população fica deitada eternamente num berço de ouro, de ouro não, de ingenuidade e alienação. Ah! Perdoem-me, é de ouro sim. O ouro fica com eles.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
SENDO
Se ser fosse ter, não haveria nenhuma passagem neste planeta. Nem da semente pro fruto, nem do fruto pro arvoredo e nem deste para a consequência de outra semente. Não haveria outro dia, para que houvesse outro dia. Outro céu com outras nuvens para que houvesse mais brilho no olhar. Não haveria movimento. Somente há o ser. Quem está no ser, não se prende no ter. O ser é. Foi assim que o Eterno falou para Moisés: EU SOU.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
ONDE ESTÁ O REAL SENTIDO SOCIAL?
Vivemos numa época de abundância. Há de tudo. A eletrônica, a informática, a tecnologia em geral, então criou quase tudo para abastecer a curiosidade humana.
Há vários modelos de carros, barcos, sapatos, vestidos, roupas em geral, jóias, alimentos, lazer, mas por outro lado quem realmente pode usufruí-los?
Veja como esta pergunta nos deixa em suspense. Pior ainda, a mídia incita com todas as suas alteridades possíveis que o cidadão use e use. O bombardeiamento diário, a oferta abusiva, a rapidez com que se muda o modelo de carro, as marcas, os designs de tudo, deixa o indivíduo atônito. Não há mais indivíduo, o que ficou em seu lugar é o consumidor. Um ser humano mais veroz para adquirir meios de consumo do que um roedor quando está em fase de crescimento de seus dentes.
Como somente uma parte mínima da população, a parte que detém os poderes, tem condições de acesso a toda esta panafernália consumista, a outra parte fica psicologicamente disorientada. Entre vários fatores declaramos: baixa estima social, assalto, violência, etc. Importa aqui informar que a verdadeira violência social é a violência do sistema nacional sobre o cidadão civil e o que chamamos de violência, são desajustes psicosociais em grnde parte provocada pela violência do sistema.
Vivemos uma época de facilidades. Tudo se tornou instantâneo. Não só o macarrão, o feijão, o café, o pão da manhã, a polenta, a pizza, mas também a comunicação. Mas com isto perdemos o nosso lado lúdico. Distanciamos da qualidade real da natureza, dos grãos, das sementes, dos pólens, do trabalho manual, do fazer ligado ao prazer de ver feito. Do encontro amistoso. Encontramos a inércia e junto com ela o pânico.
Vivemos em uma época tecnológica. As máquinas fazem por nós. Por elas perdemos nossos empregos. Elas fazem os principais trabalhos e para nós sobra a terceirização dos mesmos. Não podemos mais ter a magnitude de ver nosso trabalho surgir de nossas mãos, de nosso ser, de nossa expontaneidade. Ao visitar uma das maiores empresas de plantação de mamão, fiquei horrorizado. Não há trabalhadores. O sistema de irrigação é importado de Israel e feito eletrônicamente, calculando quantas gotas cada pé deve receber por minuto. Os homens só aparecem para a colheita do mamão. Surgem como figuras de filme apocalíptico em cima de caminhões, como diaristas e comendo marmitas azedas. Depois voltam para as periferias, a maior parte para beber, provocar confusões, em outras palavras retribuir inconscientemente a violência que recebem do maldito capitalismo nacional, que os expulsou da terra, onde plantavam feijão, arroz, abóbora, mandioca, mamão, abacate, laranja, produtos estes que estão todos ensacolados em pó nos supermercados, porque nossa sociedade hoje é instantânea.
Como o robot e o cidadão desumanizado está fazendo tudo, fica mais fácil produzir de tudo, em países onde não existe uma autêntica organização de leis trabalhistas. Com isto a indústria nacional cai a zero, o governo se descontrola e tenta através do Banco Central controlar artificialmente e mecânicamente o país com o jogo das moedas. A tecnologia avançada também provoca desemprego, pois a maior parte dos trabalhos executados por engenheiros, arquitetos, projetistas, consultas de mercado, produtos de consumo em geral, etc. podem ser feitas em quaisquer países asiáticos que cobram por estes mesmos serviços um preço com 60% de diferença, porque entraram dos pés à cabeça na era industrial recentemente, mas com uma ética social medieval.
Desta forma a frustação social chega aos limites dos engenheiros, médicos, tecnólogos de ponta, etc.
Isto sem contar que para produzir mais, tem que adubar quimicamente mais, pulverizar mais, transgenizar mais, expulsar mais o homem do seu locus agrário e social.
Onde está o real sentido social?
Há vários modelos de carros, barcos, sapatos, vestidos, roupas em geral, jóias, alimentos, lazer, mas por outro lado quem realmente pode usufruí-los?
Veja como esta pergunta nos deixa em suspense. Pior ainda, a mídia incita com todas as suas alteridades possíveis que o cidadão use e use. O bombardeiamento diário, a oferta abusiva, a rapidez com que se muda o modelo de carro, as marcas, os designs de tudo, deixa o indivíduo atônito. Não há mais indivíduo, o que ficou em seu lugar é o consumidor. Um ser humano mais veroz para adquirir meios de consumo do que um roedor quando está em fase de crescimento de seus dentes.
Como somente uma parte mínima da população, a parte que detém os poderes, tem condições de acesso a toda esta panafernália consumista, a outra parte fica psicologicamente disorientada. Entre vários fatores declaramos: baixa estima social, assalto, violência, etc. Importa aqui informar que a verdadeira violência social é a violência do sistema nacional sobre o cidadão civil e o que chamamos de violência, são desajustes psicosociais em grnde parte provocada pela violência do sistema.
Vivemos uma época de facilidades. Tudo se tornou instantâneo. Não só o macarrão, o feijão, o café, o pão da manhã, a polenta, a pizza, mas também a comunicação. Mas com isto perdemos o nosso lado lúdico. Distanciamos da qualidade real da natureza, dos grãos, das sementes, dos pólens, do trabalho manual, do fazer ligado ao prazer de ver feito. Do encontro amistoso. Encontramos a inércia e junto com ela o pânico.
Vivemos em uma época tecnológica. As máquinas fazem por nós. Por elas perdemos nossos empregos. Elas fazem os principais trabalhos e para nós sobra a terceirização dos mesmos. Não podemos mais ter a magnitude de ver nosso trabalho surgir de nossas mãos, de nosso ser, de nossa expontaneidade. Ao visitar uma das maiores empresas de plantação de mamão, fiquei horrorizado. Não há trabalhadores. O sistema de irrigação é importado de Israel e feito eletrônicamente, calculando quantas gotas cada pé deve receber por minuto. Os homens só aparecem para a colheita do mamão. Surgem como figuras de filme apocalíptico em cima de caminhões, como diaristas e comendo marmitas azedas. Depois voltam para as periferias, a maior parte para beber, provocar confusões, em outras palavras retribuir inconscientemente a violência que recebem do maldito capitalismo nacional, que os expulsou da terra, onde plantavam feijão, arroz, abóbora, mandioca, mamão, abacate, laranja, produtos estes que estão todos ensacolados em pó nos supermercados, porque nossa sociedade hoje é instantânea.
Como o robot e o cidadão desumanizado está fazendo tudo, fica mais fácil produzir de tudo, em países onde não existe uma autêntica organização de leis trabalhistas. Com isto a indústria nacional cai a zero, o governo se descontrola e tenta através do Banco Central controlar artificialmente e mecânicamente o país com o jogo das moedas. A tecnologia avançada também provoca desemprego, pois a maior parte dos trabalhos executados por engenheiros, arquitetos, projetistas, consultas de mercado, produtos de consumo em geral, etc. podem ser feitas em quaisquer países asiáticos que cobram por estes mesmos serviços um preço com 60% de diferença, porque entraram dos pés à cabeça na era industrial recentemente, mas com uma ética social medieval.
Desta forma a frustação social chega aos limites dos engenheiros, médicos, tecnólogos de ponta, etc.
Isto sem contar que para produzir mais, tem que adubar quimicamente mais, pulverizar mais, transgenizar mais, expulsar mais o homem do seu locus agrário e social.
Onde está o real sentido social?
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
QUE MUNDO É ESTE?
Vivemos numa época denominada de global, porém uma observação mais criteriosa, crítica e cirúrgica, leva-nos a identificá-la como reducionista e simplicista. O psiquismo se reduz ao neurologismo. O corpo se submete em toda a sua magnitude à plasticidade. A cura terapêutica se perde na rapidez imediata, no sucesso do dia seguinte após uma introjeção pseudo-psicanalítica. A longa conversa, escavadora e arqueológica do inconsciente, substituiram-na por cursos de curto período ministrados por profissionais de formação relâmpaga, ou enganosa.
Desta forma, os problemas pessoais se refugiam em outros meandros intra-psíquicos, provocando danos imediatamente imperceptíveis, porém desastrosos ao longo da vida.
Vivemos a era do vazio, da varredura narcisística através da mídia, da inversão de valores e do virtual soterrando o real, expondo a aparência de uma mente plena, porém, sem sentidos.
Quando se anula ou se ausenta a função materna/paterna que é a construção ideal da consciência, cava-se um fosso, onde se enterra viva toda a possibilidade humana.
Construimos sim, numa sociedade sem sentido, um ser humano dentro de uma cultura não simbólica e frágil. Família sem elos, sem histórias para contar, sem os contos míticos familiares, sem paisagem de passado, permanência de presente e transcendência de futuro.
Era do consumo, do vazio, da magreza light, da violência social ignorada e da violência disseminada para um campo mundanizado.
O uso indiscriminado da televisão e da mídia em geral, abole o momento mágico de onde brota toda a fonte do pensar, do sentir, do intuir, do criar, do reproduzir.
Esta situação conduz ao erotismo, ao voyerismo, ao canibalismo cultural, ao mundanismo do sagrado, do mítico, do religioso, do humanismo; originando pessoas apáticas, frágeis, frígidas, sem significado e sem cosmovivência.
A instantaneidade não só na terapia, como na alimentação, no ir e vir, no lazer, nas compras, nas trocas sociais, implode o crescimento do ser, mina suas concepções de sociedade, de universo, de humanidade, tornando-o um robot pelas vicissitudes de uma época abstrata do real.
O contato com o outro e com a natureza é o verdadeiro amálgama da transformação humana e quando ele se distancia da práxis vivendus, um vírus destrutivo contamina o tecido humano e social, o que leva à marginalização de muitos, à angústia, ao pânico e à solidão.
Hoje, mais do que nunca, torna-se urgente a presença de filósofos terapêuticos que sejam porta vozes proféticas da salvaguarda noética deste mundo cataclístico que nos antepara e que engana a humanidade, levando-a por uma vereda, que termina numa encruzilhada surgida na ausência do sentido de ser e de viver.
Desta forma, os problemas pessoais se refugiam em outros meandros intra-psíquicos, provocando danos imediatamente imperceptíveis, porém desastrosos ao longo da vida.
Vivemos a era do vazio, da varredura narcisística através da mídia, da inversão de valores e do virtual soterrando o real, expondo a aparência de uma mente plena, porém, sem sentidos.
Quando se anula ou se ausenta a função materna/paterna que é a construção ideal da consciência, cava-se um fosso, onde se enterra viva toda a possibilidade humana.
Construimos sim, numa sociedade sem sentido, um ser humano dentro de uma cultura não simbólica e frágil. Família sem elos, sem histórias para contar, sem os contos míticos familiares, sem paisagem de passado, permanência de presente e transcendência de futuro.
Era do consumo, do vazio, da magreza light, da violência social ignorada e da violência disseminada para um campo mundanizado.
O uso indiscriminado da televisão e da mídia em geral, abole o momento mágico de onde brota toda a fonte do pensar, do sentir, do intuir, do criar, do reproduzir.
Esta situação conduz ao erotismo, ao voyerismo, ao canibalismo cultural, ao mundanismo do sagrado, do mítico, do religioso, do humanismo; originando pessoas apáticas, frágeis, frígidas, sem significado e sem cosmovivência.
A instantaneidade não só na terapia, como na alimentação, no ir e vir, no lazer, nas compras, nas trocas sociais, implode o crescimento do ser, mina suas concepções de sociedade, de universo, de humanidade, tornando-o um robot pelas vicissitudes de uma época abstrata do real.
O contato com o outro e com a natureza é o verdadeiro amálgama da transformação humana e quando ele se distancia da práxis vivendus, um vírus destrutivo contamina o tecido humano e social, o que leva à marginalização de muitos, à angústia, ao pânico e à solidão.
Hoje, mais do que nunca, torna-se urgente a presença de filósofos terapêuticos que sejam porta vozes proféticas da salvaguarda noética deste mundo cataclístico que nos antepara e que engana a humanidade, levando-a por uma vereda, que termina numa encruzilhada surgida na ausência do sentido de ser e de viver.
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